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A Enactus e o nosso time

A Enactus é uma rede global. Atua em diversos países e, só no Brasil, possui mais de 50 times, espalhados por todo o território, tendo como ponto focal a Enactus Brasil que, além de organizar o Evento Nacional da Enactus Brasil todos os anos, também faz a articulação de toda essa rede em nível nacional.

Um desses times é o nosso: Enactus USP São Carlos. “Um grupo de estudantes que, através do empreendedorismo social, busca causar um impacto social e ambiental positivo em comunidades vulneráveis, pautando suas ações nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”.

Esse é nosso lema e diz muito sobre a nossa atuação: buscamos, a partir de uma problemática existente em diferentes situações e realidades, desenvolver soluções com ideias inovadoras e que demonstrem o potencial que cada uma dessas realidades possui, mesmo que ainda não conhecido.

Hoje contamos com 3 projetos ativos, mas a trajetória é bem mais extensa: mais de 10 anos e muitos membros protagonistas dessa história e muitos projetos já finalizados, entregues e de muito sucesso (e orgulho para nós, claro!).

O Projeto Domus

Em ordem cronológica temos como mais antigo projeto do time o Domus, cujo nome não poderia representar melhor a sua causa. Do latim casa, o projeto – de 2019 – conta com a reutilização de embalagens cartonadas (as famosas caixinhas de leite e suco) para fabricar placas de revestimento térmico que são aplicadas em moradias em situações precárias (muitas construídas de forma irregular, com materiais não apropriados como madeira, por exemplo) e com quase nenhum conforto térmico.

As placas, que podem regular a temperatura em até 15ºC no interior dessas casas, servem também como uma camada impermeabilizante (e protetora), impedindo que entre água da chuva e insetos. Um resíduo tão cotidiano e comum ter um potencial tão grande é algo incrível e que nos mostra, a cada dia, como “pensar fora da caixinha” é essencial.

Mas talvez, uma das partes mais legais de tudo isso nem seja a inovação e a ideia em si, mas sim o que chamamos de “ação de revestimento”: uma visita à comunidade que atuamos, o Assentamento Capão das Antas, aqui em São Carlos, onde voluntários (internos e externos ao grupo) vão até as moradias aplicar os revestimentos, passam um dia todo lá trabalhando e trocando experiências com os próprios moradores.

O Mirus

Seguindo na mesma linha – dos 3Rs da reciclagem que a gente aprende desde muito cedo (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)  -, temos o projeto Mirus, que surgiu no final de 2022. A questão e a problemática eram as mesmas: trabalhar com um material que é descartado e não é reciclado, mas que tem um potencial muito maior do que ter o final do seu ciclo de vida num aterro.

As embalagens de pet leitosa, um tipo específico de plástico também usado para comercializar o leite, são multicamadas e isso impede de serem propriamente recicladas, perante o mercado. Surgiu então, a ideia de atuar aí, a partir dessa problemática trazida à tona pela Cooperativa de Reciclagem Acácia, uma das maiores do Brasil e a maior de Araraquara e região. São mais de 200 cooperados, em sua maioria mulheres, que eram afetados diretamente, afinal, deixam de ganhar uma quantia maior de renda pela não reciclagem (e venda) do material.

Com certeza todo esse processo não tem um caminho linear: achar a problemática, achar a solução e dar tudo certo. Nesse meio, existem idas e voltas, ideias que parecem muito boas, mas que não se concretizam, testes que não dão certo, etc. Mas, tentando desviar desses obstáculos, o Mirus tenta inovar e expandir seus horizontes, com o que tem em mãos.

Apesar da pet leitosa ter sido um insight inicial, a ideia agora é usar outros plásticos também não reciclados (mas com muito mais informações divulgadas sobre suas propriedades) e criar produtos a partir deles, com um maquinário próprio e correto – uma injetora. Indo muito mais além, o projeto está idealizando junto com outros tantos parceiros um laboratório de reciclagem na própria cooperativa, uma iniciativa muito legal e com um enorme potencial de ter sucesso e se replicar em outros lugares.

O Lab de Reciclagem (que ainda está em busca de seu nome oficial) vai ser um lugar tanto para a transformação do plástico – num futuro, a ser realizada pelos próprios cooperados capacitados – quanto para divulgação e educação ambiental, já que a ideia é abrir o local para visitação de alunos de escolas e universidades, uma vez que o impacto da reciclagem (e da não reciclagem também) é algo que deve ser – urgentemente – compartilhado e ensinado.

Iguatu: o “água boa”

Mas não só de ideias com resíduos recicláveis vive nosso time! O recém-nascido projeto da USP São Carlos, Iguatu, surge com uma proposta diferente mas de modo algum, menos impactante e inovadora, que também tem muito a ver com o significado do seu nome. O “água boa” – do tupi guarani – busca melhorar a qualidade de vida de comunidades sem saneamento básico tratando efluentes de esgoto através de fossas sépticas e biodigestores para gerar biogás e reduzir custos energéticos.

O lodo das fossas e do biodigestor pode ser transformado em fertilizante, a partir de sua secagem num forno movido pelo próprio biogás produzido! Isso gera um ciclo mega sustentável, útil e que pode ser replicado facilmente, gerando todo um ecossistema de sustentabilidade – assim como acontece com todos os três projetos que tocamos por aqui.

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Depois de contar tudo isso, acho que basta dizer que, com toda certeza, a paixão por continuar impactando vidas é o que nos move, afinal, temos que ampliar nossos horizontes para criar soluções que tenham potencial de se expandir mais rápido que as crises do nosso planeta.

Conheça mais sobre o nosso grupo, entre em contato, apoie a nossa causa 🙂

Acesse nosso site https://enactususpsaocarlos.com.br/

Siga nosso instagram: @enactus_uspsc

Rafael Avila

Carioca, empreendedor, sócio fundador da LUZ, professor de Excel, consultor e um apaixonado por produtividade. Acredito no poder que temos de ser as nossas melhores versões todos os dias.

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