Organizações no mundo inteiro estão enfrentando uma urgência sem precedentes em abordar questões ambientais e sociais. Um fator crucial para essa pressa é a grande demanda de investidores, clientes e sociedade por práticas mais sustentáveis.
Por mais que o mundo corporativo esteja empenhando em se adequar a nova realidade mundial ainda existem diversos desafios e também oportunidades.
Analisando o Relatório do Instituto de Pesquisa Capgemini, “Um Mundo em Equilíbrio: Por que a ambição de sustentabilidade não está se traduzindo em ação”, podemos ver o progresso das empresas em direção à sustentabilidade e também analisar os desafios que as empresas estão enfrentando nessa jornada.
Este estudo global analisa o compromisso de organizações em 12 países, destacando oportunidades e desafios em sua jornada em direção à sustentabilidade.
O estudo
O escopo da pesquisa focou em práticas e iniciativas dentro da sustentabilidade ambiental e não incluiu aspectos sociais da sustentabilidade.
A estrutura da pesquisa inclui uma pesquisa com 2.004 entrevistados de 668 organizações com receitas anuais superiores a US$ 1 bilhão.
Desafios e Oportunidades
Podemos ver abaixo diversos desafios que as grandes empresas estão enfrentando para atingir as metas de sustentabilidade globais, porem, dentro desses mesmos obstáculos existem muitas oportunidades de melhoria e novas soluções tanto para as grandes empresas como para as pequenas e medias corporações.
- Ambições vs. Ações em Sustentabilidade:
As empresas reconhecem a importância da sustentabilidade, mas há uma desconexão entre a ambição declarada e a implementação efetiva. Apenas 1/3 das empresas que estão divulgando seus impactos ambientais estão desenvolvendo planos de transição de baixo carbono, vemos aqui uma necessidade grande de ações tangíveis.
2. Investimentos Insuficientes em Sustentabilidade:
Apesar de todas as empresas pesquisadas terem receitas acima de US$ 1 bilhão, o investimento médio anual em iniciativas sustentáveis não chega a 1% dessa receita.
Um dado muito intrigante é que empresas maiores investem proporcionalmente menos, com isso podemos ver uma lacuna nos esforços de financiamento necessários para impulsionar mudanças significativas.
3. Metas Sustentáveis a Curto Prazo Não Definidas:
Embora a sustentabilidade seja sim uma prioridade, menos da metade das empresas têm uma lista prioritária de iniciativas sustentáveis a curto prazo. A falta de metas claras para o curto prazo pode comprometer a eficácia das iniciativas sustentáveis.
4. Modelos Operacionais Sustentáveis Não Priorizados:
Embora muitas empresas tenham o objetivo de serem mais sustentáveis, menos da metade delas declararam ter remodelado suas formas de operar. A sustentabilidade precisa ser entremeada no modelo de negocio da empresa, só assim teremos soluções efetivas nesse sentido.
5. Necessidade Urgente de Redefinição dos Modelos Operacionais:
A ausência de uma revisão nos modelos operacionais é muito negativa e preocupante.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destaca a necessidade urgente de reduzir as emissões em 45% até 2030 para cumprir as metas climáticas estabelecidas. Decisões realmente efetivas são cruciais neste momento para atingir a neutralidade de carbono até a data estipulada.
Produtos e Serviços Sustentáveis:
6. Redesenho de Produtos e Processos de Design:
Empresas que implementaram estratégias de design sustentável notaram reduções significativas nas emissões. Mas vendo os resultados do estudo vemos que menos da metade das empresas estão focando seus esforços para redesenhar seus produtos, perdendo oportunidades valiosas de redução de emissões.
7. Operações Sustentáveis:
Novamente, apenas metade das organizações está reduzindo embalagens, redesenhando processos e concentrando-se em logística. A economia circular é vital, mas mais de 40% não a consideram prioridade, o que so demonstra um abismo entre as ações que estão sendo tomadas e a real necessidade de resultados efetivos.
8. Perda de Biodiversidade Não Priorizada:
A biodiversidade não é um foco para muitas organizações, menos da metade das empresas monitoram a conversão de ecossistemas naturais. A falta de atenção a esse aspecto crítico da sustentabilidade pode ter desdobramentos graves.
9. Desmatamento e Conservação de Ecossistemas:
Apenas 47% monitoram a conversão de ecossistemas naturais, enquanto 43% investem na conservação de habitats naturais. Setores variam em suas práticas, com a manufatura industrial liderando em monitoramento e telecomunicações na conservação.
10. TI Sustentável:
A pesquisa destaca muitas falhas na transição para a arquitetura de nuvem verde, essencial para reduzir emissões. Menos da metade das empresas utilizam essa arquitetura, mesmo vendo o potencial enorme de redução de CO2. Essa transição é crucial para a eficiência energética em data centers.
11. Dados para Sustentabilidade:
A falta de compartilhamento e uso de dados sustentáveis nas decisões é um desafio. Apenas 43% afirmam que dados relacionados à sustentabilidade são disponibilizados em toda a organização, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais integrada na gestão de dados para alcançar metas de emissão zero.
Ao enfrentar esses desafios e capitalizar as oportunidades, as empresas podem posicionar-se como líderes na transição para um futuro sustentável.
Este relatório oferece informações super importantes e insights muito valiosos para orientar empresas no mundo todo e sociedade onde devemos focar nossos esforços e o que podemos fazer para ter resultados realmente tangíveis e relevantes.
