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Como viemos parar aqui e o que podemos fazer para sair dessa situação.

História do plástico

Plástico é uma palavra que originalmente significa “flexível e facilmente moldado”. Foi só recentemente que o plástico começou a nomear a categoria de materiais chamados polímeros.

O primeiro polímero sintético foi inventado em 1869 por John Wesley Hyatt, ele foi inspirado por um anúncio do New York Times que oferecia $10.000 dólares para quem conseguisse criar um substituto para o marfim.

Essa descoberta foi revolucionária pois pela primeira vez a produção não seria restringida pelos limites dos recursos da natureza.  

Agora o homem podia criar um novo material e não depender mais da madeira, metal, pedra, osso, chifre, etc. Essa inovação foi vista por muitos como a salvadora dos elefantes e tartarugas (que ironia se pensarmos na situação atual). “Os plásticos podem proteger o mundo das forças destrutivas da necessidade humana” diziam as mídias na época.

Mas como viemos parar na situação atual, catastrófica e assustadora?

Problema da poluição do plástico e sua reciclagem

O plástico revolucionou e dominou o cotidiano das pessoas: embalagens, brinquedos, móveis, tecidos, automóveis, escovas de dente e muito mais. Hoje em dia, dificilmente nós passamos um dia sem utilizar pelo menos 4 itens que contém plástico.

Nossa vida ficou mais prática, mais fácil e cômoda. Mas isso tudo a que custo?

De 1950 até 2015 foram produzidas 8,3 bilhões de toneladas de lixo plástico no mundo. Apenas 9% foram recicladas.

Um equívoco muito grande que nós temos é pensar que o plástico que utilizamos será sempre reciclado de alguma forma. Esse é um mito muito perigoso.

Além de não termos um sistema de reciclagem capaz de captar todos esses resíduos e fazer o processo de reciclagem, existem diversos tipos de plásticos que simplesmente não são recicláveis por diversos motivos. A verdade é que não podemos continuar consumindo esse material como se alguém estivesse cuidando dele depois que descartamos.

E um dado igualmente preocupante: o Brasil hoje é o quarto maior produtor de lixo plástico no mundo segundo um estudo da World Wildlife Fund (WWF): são 11,3 toneladas por ano, das quais somente 1,28% são recicladas.

E esse lixo que não foi reciclado vai parar aonde? Nos aterros sanitários e principalmente no oceano. Por muitos e muitos anos o oceano foi usado como uma grande lixeira, porém, por ser tão vasto e imenso, os danos eram invisíveis. Mas hoje nós estamos vendo e vivendo essa realidade, nossos mares viraram grandes latas de lixo.

Ilhas de plástico

Apelidada de sétimo continente, a ilha de plástico que existe no oceano Pacifico, não é o único, mas é o maior depósito de lixo oceânico com 1,8 trilhões de pedaços de plásticos flutuantes. É quase inimaginável pensar que a ilha triplica o tamanho da França, a área é simplesmente astronômica.

Ela é um dos sintomas mais tristes e alarmantes da crise ecológica planetária. 

O capitão e oceanógrafo Charles Moore foi o primeiro a trazer esse problema à tona, ele ficou horrorizado quando voltava de uma regata com o seu veleiro e se deparou com essa atrocidade, isso foi em 1997.

Ilhas de plastico no pacífico

Poluição de onde nem imaginamos

Nós sabemos que vários objetos fazem parte desse problema gigantesco, mas também existem diversos outros que não fazemos ideia, vamos dar uma olhada.

Nós já ouvimos falar bastante sobre os plásticos de uso único (“single use plastic”) ou os plásticos não reutilizáveis que são um problema para todos. 

O copo plástico, canudo, sacola plástica, balão de aniversário, garrafa plástica, copo de café etc. 

E ainda tem os outros milhares de produtos que são utilizados mais de uma vez mas continuam sendo um dos grandes contribuintes para esse caos: brinquedo de criança, eletrodoméstico, escova de dente, etc.

Plastico no dia a dia

Mas também existe o plástico que não vemos, que muitas vezes pode ser um problema até maior.

Plasticos que nao vemos

Um perigo eminente nos oceanos são as redes de pesca, tanto em uso quanto abandonas. Elas são responsáveis pela morte de milhares de animais marinhos todos os anos, golfinhos, tartarugas, baleias entre outros.

As nossas roupas muitas vezes também contem plásticos microscópicos, e quando lavamos essas peças esses mini pedaços vão parar nos nossos mares e rios. As microfibras são rapidamente consumidas pelos animais marinhos, causando bloqueio gastrointestinal, provocando assim dificuldades na sua alimentação. E no fim dessa cadeia de alimentação estamos nós, que comemos esses animais como peixe, lula, camarão etc.

Os produtos de beleza e higiene também são um perigo constante. Esfoliantes, sabonetes, cremes e outros podem conter micro partículas de plásticos e substâncias tóxicas que depois de serem utilizados vão parar nas nossas águas.

Esse último produto você provavelmente ainda não conhece: “nurdle”. Eles são esses mini pedaços de plástico que são utilizados para fabricar diversos produtos, desde a garrafa plástica até a televisão. Eles são fáceis de serem transportados e muito convenientes. Porém o grande problema está em seu transporte, a má gestão dessas pequenas partículas faz com que bilhões sejam lançadas acidentalmente em rios e oceanos através de derramamento industrial, canos efluentes etc.

Como ser um agente da mudança

Nós precisamos ter consciência da grandiosidade do problema que temos e em seguida precisamos agir.

O primeiro passo é entendermos onde podemos melhorar nossos hábitos agora.

  1. Recusar qualquer plástico não reutilizável (copo, garrafa, canudo, sacola). Para isso precisamos sair preparados de casa, sempre levar conosco uma sacola reutilizável, uma garrafa de água e se possível um copo reutilizável. O canudo podemos simplesmente recusar, não precisamos substituí-lo.
  2. Consumir conscientemente. A quantidade e velocidade em que compramos é descomunal, precisamos tentar voltar a consumir de forma sustentável. Precisamos de tudo isso? Precisamos trocar todo ano de celular, computador? Quando algum objeto quebra, porque compramos outro e não simplesmente tentamos consertá-lo?
  3. Moda. As roupas que mais soltam partículas de plástico são as novas, então uma solução simples e mais batata seria usar bastante as mesmas roupas (look do dia está fora de moda) e quando precisar comprar, ir a um brechó, loja vintage ou até mesmo trocar com amigos e familiares.
  4. Sempre olhar os rótulos. Optar por produtos mais “limpos”, sem toxinas e plásticos. Hoje temos diversas opções no mercado, temos a opção e o direito de escolher produtos que além de não fazerem mal ao meio ambiente vão fazer bem a nossa saúde.
  5. Apoiar empresas que estão lutando para limpar os oceanos e rios.
  6. Cobrar as empresas e o governo. Nós merecemos saber o que consumimos e para onde está indo o lixo gerado.
  7. Quando achar algum lixo plástico na rua, nas praias, na areia, pegue e jogue no lixo, você vai estar evitando uma cadeia de problemas que começa quando esse lixo chega nos oceanos.

Compartilhe com a gente o que você faz no seu dia a dia para diminuir a poluição plástica.

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