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O uso dos créditos de carbono é uma das estratégias em ascensão quando o assunto é a necessidade das empresas em explorar ações mais sustentáveis e inovadoras para minimizar seu impacto ambiental. Vocês já devem ter ouvido falar do termo “crédito de carbono” em conferências climáticas, notícias sobre tendências na economia e empresas com iniciativas sustentáveis, mas vocês sabem realmente o que são os créditos de carbono e como eles funcionam?

Hoje, vamos aprofundar um pouco mais nosso entendimento sobre o que são os créditos de carbono para entender melhor a necessidade da compensação desses créditos visto que toda atividade humana utiliza de recursos naturais e que, se não forem usados de forma consciente e sustentável, podem estar gerando uma maior emissão de gases de efeito estufa.

Creditos de Carbono - o que sao

O que são Créditos de Carbono e como funcionam?

Fazendo um pequeno resumo histórico, durante a ECO-92 (convenção que ocorreu no Rio de Janeiro para discutir questões climáticas) foi criado um tratado internacional de colaboração entre os países participantes para a diminuição de emissões dos gases de efeito estufa e em 1997 foram estabelecidas metas para a redução dos níveis de emissões através do Protocolo de Kyoto onde foi criado o Comércio de Emissões. Já em 2015, através do Acordo de Paris, os países envolvidos se comprometeram a reduzir suas emissões para que a temperatura média do planeta não ultrapassasse 2°C até o fim do século… infelizmente já batemos essa marca esse ano! Mas, devemos resistir ou a situação pode piorar.

Os créditos de carbono são certificados que representam a redução de uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (CO2e). Redução é o termo utilizado para representar a quantidade que deixa de ser emitida ou é capturada da atmosfera. Para que uma empresa gere créditos de carbono ela deve agir em seu fluxo de produção para que atividades que poderiam gerar emissões de gases do efeito estufa sejam substituídas por soluções que reduziriam ou eliminariam essas emissões, como substituir fontes de energia não renováveis por fontes renováveis (ver nosso post Energias Renováveis, muito prazer!), por exemplo.

Como cada crédito representa uma tonelada de carbono equivalente sendo retirado ou emitido a menos na atmosfera, eles funcionam como um mecanismo de compensação, onde empresas financiam projetos ambientais que reduzem as emissões de gases de efeito estufa para equilibrar suas próprias emissões. Esses projetos podem incluir desde iniciativas de reflorestamento até a implementação de tecnologias limpas em setores industriais.

Quanto vale um Crédito de Carbono?

O valor dos créditos de carbono varia amplamente, dependendo do mercado e da oferta e demanda. O preço médio é de aproximadamente USD 37, segundo o Observatório de Bioeconomia da FGV que monitora a precificação do carbono. Globalmente, o preço tem crescido podendo varias de USD 1,20 a USD 40 por tonelada de carbono equivalente dependendo do mercado em que esteja sendo negociado, refletindo a crescente importância atribuída à sustentabilidade.

No Brasil, embora o mercado ainda esteja se desenvolvendo, já existem transações significativas e o valor de um crédito de carbono tem sido negociado na faixa de USD 5. Empresas, organizações governamentais e até mesmo indivíduos podem participar desse mercado, comprando créditos para compensar suas emissões ou vendendo aqueles gerados por projetos de sustentabilidade.

Como disse antes, os valores variam de acordo com o mercado onde estão sendo negociados, tanto geograficamente como economicamente, e os crédito de carbono possuem dois tipos de mercado de naturezas diferentes:

MERCADO REGULADO: são os monitorados pelo governo e seguem metas estabelecidas para os setores envolvidos no mercado. Para esse mercado são duas as formas de precificação, sendo

1- taxa ou tributação, com o preço da tonelada de carbono estabelecida pelo governo

2- sistemas “cap and trade”, onde os governos leiloam ou distribuem determinado volume de permissões para emissões e permite que elas sejam comercializadas entre empresas (famosos créditos de carbono)

MERCADO VOLUNTÁRIO: é quando parte do interesse de empresas, ONGs ou governos comprar ou vender créditos de forma independente, ou seja, não estando relacionadas à ONU e, portanto, não sendo consideradas nas metas de redução de emissões dos países.

Através de seus relatórios de sustentabilidade, existe a possibilidade das empresas solicitarem junto aos mercados regulados que suas compensações em mercados voluntários possam ser consideradas para as metas globais.

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Como Calcular sua Pegada de Carbono?

Calcular a pegada de carbono é crucial para entender o impacto ambiental de uma empresa. Softwares avançados de gestão ambiental, como o Carbon Trust, GHG Protocol e Normative, são exemplos de ferramentas muito úteis para isso. Sensores inteligentes e análises detalhadas permitem identificar as fontes específicas de emissões, possibilitando a implementação de estratégias eficazes de redução.

Esse cálculo é complexo e subjetivo que utiliza diversos fatores e informações compiladas em diversas áreas. Para nós, reles mortais, é possível adotar algumas práticas que podem ajudar a compensar nossos créditos em carbono no nosso dia a dia, como:

– usar fontes de energia renováveis ao invés de combustíveis fósseis: veículos híbridos/elétricos, uso de programas de energias “limpas” (como solar e eólica), produtos que consumam menos energia, etc;

– compensar emissões de carbono em meios de transporte: muitas empresas de transporte tem a opção de compensação de carbono do trecho percorrido em suas ofertas;

– atenção ao consumo: reduzir o desperdício ou exagero no consumo pode ajudar no controle da pegada de carbono, visto que a produção de lixo e novos produtos em grandes quantidades para atender o mercado também é fator para maior emissão de carbono na atmosfera.

Creditos de Carbono - pegada

Utilização de Créditos de Carbono por Empresas

Empresas podem utilizar os créditos de carbono de diversas formas. Além da simples compensação de emissões, esses créditos podem ser incorporados a estratégias mais amplas. Empresas podem investir em projetos sustentáveis que geram créditos, fortalecendo sua posição como líderes em sustentabilidade. Além disso, os créditos de carbono podem ser integrados a iniciativas de marketing verde, destacando o compromisso da empresa com a responsabilidade ambiental.

Para garantir a integridade dos créditos de carbono, várias certificações foram estabelecidas. O Gold Standard e o Verified Carbon Standard (VCS) são dois exemplos importantes. Essas certificações atestam que os projetos geradores de créditos seguem padrões rigorosos de sustentabilidade. No entanto, empresas devem estar atentas ao greenwashing, adotando certificações confiáveis e transparentes para evitar práticas enganosas.

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Os créditos de carbono emergem como uma ferramenta valiosa para empresas comprometidas com a sustentabilidade. Além de compensar emissões, empresas podem usá-los estrategicamente para melhorar sua imagem, investir em projetos sustentáveis e atender a regulamentações futuras. Ao adotar uma abordagem holística para a gestão de carbono, as empresas não apenas contribuem para um ambiente mais saudável, mas também fortalecem suas bases para um futuro sustentável.

Fiquem atentos as suas pegadas e o que estão deixando de rastro para trás. Nosso foco é ajudar vocês a olharem pra frente e traçar a melhor estratégia de sustentabilidade para sua empresa deixando um legado sustentável de suas atividades e um exemplo a ser seguido. Vem com a gente!

João Ricardo Saraiva

Apaixonado pelo meio ambiente, praticante de esportes, viciado em Coca-Cola, guloso por sabores, devoto da minha família, fiel a meus amigos, tio do doguinho mais fofo Elton John, viajante por natureza, embaixador da ARGILANDO, curioso por conhecimento e, agora, criador de conteúdo junto com vocês.

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